Panelas sem tampas: apontamentos sobre a questão alimentar e a experiência dos africanos no espaço urbano de Luanda (1950-1970)
DOI :
https://doi.org/10.18223/hiscult.v9i2.3334Résumé
Por um lado, o presente artigo visa contextualizar o processo de consolidação do tema alimentar enquanto pauta das ciências coloniais a partir dos anos 1950. Por outro lado, em diálogo com as transformações urbanas ocorridas em Luanda, busca traçar caminhos através dos quais os africanos atuariam sobre aquilo que se come e como se come, desta forma interferindo na lógica, nos poderes e nos saberes de um espaço colonial atravessado por processos sociais diversos.
Références
AMARAL, Ilídio. Ensaio de um estudo geográfico da rede urbana de Angola. Lisboa: Junta de Investigações do Ultramar, 1962.
______________. Estudo de Geografia Urbana. Lisboa: Memórias da Junta de Investigação do Ultramar, 1968.
BENDER, Gerald. Angola: mito y realidad de su colonización. México: Siglo XIX, 1980.
BOSSLET, Juliana. A cidade e a guerra. Relações de poder e subversão em São Paulo de Assunção de Luanda (1961-1975), 2014. 263 folhas. Dissertação (Mestrado em História). Programa de pós-graduação em História, Universidade Federal Fluminense, 2014.
CASTELO, Cláudia. “Uma incursão no lusotropicalismo de Gilberto Freyre”. Lisboa: IICT, ano VI, set, 2011.
________________. Investigação científica e política colonial portuguesa: evolução e articulações, 1936-1974. In: História, Ciências, Saúde – Manguinhos, Rio de Janeiro, v.19, n.º 2, abr/jun, 2012, pp.391-408.
FERREIRA, Manuel. 50 poetas africanos: Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe. Lisboa: Plátano Editora, 1989.
JACINTO, Mónica Marina Pires Lobo. A problemática da água em Angola (1975-2010). Dissertação (Mestrado em Gestão do Território). 116 folhas. 2012. Universidade Nova de Lisboa, Lisboa, 2012.
MESSIANT, C. Luanda (1945-1961): colonisés, societé coloniale et engagement nationaliste. In: CAHEN, Michel (Org.). Vilas et cidades. Bourgs et villes en Afrique Lusophone. Paris: Laboratorie Tiers-Monde/Afrique, 1989.
MONTEIRO, Ramiro Ladeiro. A família nos musseques de Luanda. Subsídios para o seu estudo. Fundo de Acção Social no trabalho em Angola, Luanda, 1973.
NASCIMENTO, Augusto. Representações sociais e arbítrio nas roças. As primeiras levas de cabo-verdianos em São Tomé e Príncipe nos primórdios dos novecentros. Revista Arquipélago, 2ª série, n.º 5, 2001, pp. 325-370.
NASCIMENTO, Washington S. Gentes do Mato: os “Novos assimilados” em Luanda (1926-1961), 2013. 234 folhas. Tese (Doutorado em História). Universidade de São Paulo, São Paulo, 2013.
NETO, Maria da Conceição. Ideologias, contradições e mistificações da colonização de Angola no século XX. Revista Lusotopie, 1997, pp. 327-359.
OLIVEIRA, Vanessa S. Gender, Foodstuff production and Trade in Late-Eighteenth Century Luanda. In: African Economic History, v.43, pp. 57-81, 2015.
___________________. Mulher e comércio: a participação feminina nas redes comerciais em Luanda (século XIX). In: BERGAMO, Edvaldo; PANTOJA, Selma; SILVA, Ana Claudia da. (Orgs). Angola e as angolanas - memória, sociedade e cultura. São Paulo: Editora Entremeios, 2016, pp.133-152.
___________________. Donas, pretas livres e escravas em Luanda (séc. XIX). In: Estudos Ibero-Americanos, Porto Alegre, v.44, n.º3, set-dez, 2018, pp. 447-456.
RIBAS, Óscar. Alimentação regional Angolana. Lisboa: Ramos, Afonso & Moirta Lda, 1989;
SANTOS, Orlando.Do pregão da avó Ximinha ao grito da zungueira. Trajetórias femininas no comércio de rua em Luanda, 2010. 167 folhas. Dissertação (Mestrado em Estudos Étnicos e Africanos). Universidade Federal da Bahia, Bahia, 2010.
SEIBERT, Gerhard. Crioulização em Cabo Verde e São Tomé e Príncipe: divergências históricas e identitárias. Afro-Ásia, Salvador, n.º49, jan/jun, 2014, pp.41-70.
SEQUEIRA, Elsa Cochat. Kuria ia kuku: comida da avozinha (com sabor de Angola). Lisboa: Venda Nova, 1998.
VARANDA, Jorge. Cuidados biomédicos de saúde em Angola e na Companhia de Diamantes de Angola, c. 1910-1970. História, Ciências, Saúde − Manguinhos, Rio de Janeiro, v.21, n.2, abr.-jun. 2014, pp.587-608. Disponível em: < http://www.redalyc.org/pdf/3861/386134011010.pdf> Acesso em 16 jul. 2016.
PANTOJA, Selma. Conexões e identidades de gênero no caso Brasil e Angola, Séculos XVIII-XIX. In: X Congresso Internacional Cultura, Poder e Tecnologia: África e Ásia face à Globalização. X Congresso ALADAA. Salvador: Universidade Federal da Bahia, vol, 1, 2001.
_______________. “A dimensão atlântica das quitandeiras”. In: FURTADO, Júnia (Org.). Diálogos oceânicos: Minas Gerais e as novas abordagens para uma história do Império Ultramarino português. Belo Horizonte: Editora da UFMG, v.1, 2001a.
____________________. "Quitandas e Arimos: um negócio feminino no abastecimento de géneros alimentícios em Luanda nos séculos XVIII e XIX". In: PANTOJA, Selma (Org). Entre Áfricas e Brasis, Brasília: Editora Paralelo 15, 2001b; Idem, "Relações Sociais e de gênero". II RIAH, 1996, pp. 75-81.
