Questões de Identidade e Distinção Social através do consumo de caranguejo, peixe e caju no litoral piauiense na primeira metade do século XX

Authors

  • Marcus Pierre de Carvalho Baptista Universidade Estadual do Maranhão http://orcid.org/0000-0003-2774-6972
  • Alcebíades Costa Filho Universidade Estadual do Piauí
  • Francisco de Assis de Sousa Nascimento Universidade Federal do Piauí

DOI:

https://doi.org/10.18223/hiscult.v9i2.3312

Abstract

Este artigo teve como objetivo refletir sobre hábitos alimentares dos sujeitos que viveram em Parnaíba na primeira metade do século XX e de que forma a comida e o seu modo de preparo suscitou questões de Identidade e Diferença. A metodologia empregada foi a pesquisa bibliográfica a partir de Hall (2006), Woodward (2014), Silva (2014), Certeau, Giard e Mayol (1996), Carneiro (2003) e a documental através de jornais, livros de memória, documentos do poder executivo e crônicas de viajantes. A pesquisa permitiu entender que o hábito e as diferentes formas de consumir o caranguejo, o peixe e o caju no litoral do Piauí possibilitou a distinção de grupos sociais, fabricação de identidades culinárias e identificação com o espaço litorâneo.

Author Biographies

Marcus Pierre de Carvalho Baptista, Universidade Estadual do Maranhão

Formado em Licenciatura Plena em História pela Universidade Estadual do Piauí - UESPI (2016). Especialista em História Sócio-Cultural pela Faculdade do Médio Parnaíba - FAMEP (2017). Mestre em História do Brasil na Universidade Federal do Piauí - UFPI (2019). Atualmente é professor substituto na Universidade Estadual do Maranhão - UEMA e professor formador II no Centro de Educação à Distância da Universidade Federal do Piauí - CEAD/UFPI.

Alcebíades Costa Filho, Universidade Estadual do Piauí

Possui graduação em História pela Universidade Federal do Piauí (1982) e Mestrado em Educação pela mesma universidade (2000), Doutorado em História pela Universidade Federal Fluminense (2010). Professor Adjunto, nível II, da Universidade Estadual do Piauí e Universidade Estadual do Maranhão.

Francisco de Assis de Sousa Nascimento, Universidade Federal do Piauí

Professor Associado II da Universidade Federal do Piauí - UFPI. Bolsista de Produtividade da UFPI 2019/2021. Orientador de Doutorado, Mestrado, Iniciação Científica, Monografias de conclusão de curso na área de História do Brasil. Supervisor de Estágio de Pós-Doutoramento. Possui Pós doutorado pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - PUC SP, Doutorado em História pela Universidade Federal Fluminense - UFF, Mestrado em História do Brasil, pela UFPI, Especialização em Docência do Ensino Superior pela UESPI, Graduação em História pela UESPI, Graduação em Pedagogia pela UFPI e Graduando de Psicologia da Uninassau - Teresina. Coordena o Curso de Licenciatura em História, do CEAD (Centro de Educação Aberta e a distância), Coordenou o Programa de Pós-Graduação em História da UFPI no período de 2015 a 2017. Coordenou o Doutorado Interinstitucional (DINTER) em História UFPE/UFPI (2013-2017). É Líder do Grupo de Pesquisa do CNPq "História Política, Teatro e Estética".

References

BAPTISTA, João Gabriel. Etnohístória indígena piauiense. Teresina: EDUFPI, 1994.

BAPTISTA, Marcus Pierre de Carvalho. Amarras e desamarras: cotidiano e modernização em Amarração no litoral do Piauí (1880 – 1930). 2019. 161 f. Dissertação (Mestrado em História do Brasil) – Programa de Pós-Graduação em História do Brasil, Universidade Federal do Piauí, Teresina, 2019.

BAUMAN, Zygmunt. Identidade: entrevista a Benedetto Vecchi. Rio de Janeiro: Zahar, 2005.

BERMAN, Marshall. Tudo que é sólido desmancha no ar: a aventura da modernidade. São Paulo: Companhia das Letras, 1986.

BORGES, Jóina Freitas. Sob os areais: arqueologia, história e memória. 2006. 233 f. Dissertação (Mestrado em História do Brasil) – Programa de Pós-Graduação em História do Brasil, Universidade Federal do Piauí, Teresina, 2006.

BRAGA, Daniel Souza. Corp-oralidades: experiência corporal e memória de trabalhadores dos rios e dos mangues no povoado dos Morros da Mariana/PI (1970-1980). 2016. 147 f. Dissertação (Mestrado em História do Brasil) – Programa de Pós-Graduação em História do Brasil – Universidade Federal do Piauí, Teresina, 2016.

CABRAL, Ivana Campelo. Sertanejos piauienses: trabalhadores livres no Piauí rural escravista (1850-1888). Teresina, 2013. Dissertação (Mestrado em História do Brasil) – Programa de Pós-Graduação em História do Brasil, Universidade Federal do Piauí.

CÂNDIDO, Tyrone Apollo Pontes. Proletários das secas: arranjos e desarranjos nas fronteiras do trabalho (1877-1919). 2014. 354 f. Tese (Doutorado em História Social) – Programa de Pós-Graduação em História Social, Centro de Humanidades, Departamento de História Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2014.

CARNEIRO, Henrique. Comida e sociedade: uma história da alimentação. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003.

CERTEAU, Michel de. A Escrita da história. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1982.

CERTEAU, Michel de; GIARD, Luce; MAYOL, Pierre. A invenção do cotidiano: 2. morar, cozinhar. Petrópolis: Vozes, 1996.

COSTA FILHO, Alcebíades; SILVA, Antônio Wallyson; SILVA NETO, Enos Soares. Lavoura de alimentos em área de pecuária: mandioca e cana de açúcar no Piauí entre 1900 e 1950. Revista Piauiense de História Social e do Trabalho. Teresina, v. 3, n.5, p. 4-15, jul/dez, 2017.

FREYRE, Gilberto. Casa-Grande & Senzala: formação da família brasileira sob o regime da economia patriarcal. São Paulo: Global, 2006.

HALBWACHS, Maurice. A memória coletiva. São Paulo: Centauro, 2006.

HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. 11. ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2006.

HOBSBAWM, Eric John Ernest. Nações e nacionalismo desde 1780: programa, mito e realidade. 6. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2013.

MAIA, Lígio José de Oliveira. Serras de Ibiapaba. De aldeia à vila de índios: Vassalagem e Identidade no Ceará colonial – Século XVIII. 2010. 409 f. Tese (Doutorado em História) – Programa de Pós-Graduação em História, Instituto de Ciências Humanas e Filosofia, Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2010.

PINHEIRO FILHO, Celso. História da Imprensa no Piauí. 3. ed. Teresina: Zodíaco, 1997.

POLLACK, Michael. Memória e identidade social. Estudos Históricos, Rio de Janeiro, v. 5, n.10, p. 200-212, 1992.

POLLACK, Michael. Memória, esquecimento, silêncio. Estudos Históricos, Rio de Janeiro, v. 2, n.3, p. 3-15, 1989.

REGO, Junia Mota Antonaccio Napoleão do. Dos sertões aos mares: história do comércio e dos comerciantes de Parnaíba (1700-1950). 2010. 291 f. Tese (Doutorado em História) – Programa de Pós-Graduação em História, Universidade Federal Fluminense, Rio de Janeiro, 2010.

REZENDE, Antônio Paulo. Desencantos modernos: histórias da cidade do Recife na década de XX. Recife: FUNDARPE, 1997.

SILVA, Tomás Tadeu da. A produção social da identidade e diferença. In: ______. Identidade e diferença: a perspectiva dos estudos culturais. 15. ed. Petrópolis: Vozes, 2014. p.73-102.

VIEIRA, Lêda Rodrigues. Caminhos de ferro: a ferrovia e a cidade de Parnaíba, 1916-1960. Teresina, 2010. 247 f. Dissertação (Mestrado em História do Brasil) – Programa de Pós-Graduação em História do Brasil – Universidade Federal do Piauí, Teresina, 2010.

WOODWARD, Kathryn. Identidade e diferença: uma introdução teórica e conceitual. In: SILVA (org.). Identidade e diferença: a perspectiva dos estudos culturais. 15. ed. Petrópolis: Vozes, 2014. p.7-72.

Fontes

ALMANAQUE DO CARIRI. Edição especial dedicada ao estado do Piauí, em homenagem a sua capital, pela passagem do seu primeiro centenário, 1952.

BANQUETE Maçonico. Semana, Parnaíba, ano 1, n. 29, p. 2, 25 dez. 1910.

BANQUETE. Semana, Parnaíba, ano 1, n. 8, p. 1, 31 jul. 1910.

BAPTISADO. Semana, Parnaíba, ano 1, n. 35, p. 2, 5 fev. 1911.

BAPTISADO. Semana, Parnaíba, ano 2, n. 79, p. 2, 10 dez. 1911.

BEBEDOURO. Semana, Parnaíba, ano 2, n. 67, p. 2, 17 set. 1911.

CAMPOS, Humberto de. Memórias e Memórias inacabadas. São Luís: Instituto Geia, 2009.

CASAMENTO. Nortista, Parnaíba, ano 1, n. 15, p. 2, 13 abr. 1901.

CASTELO BRANCO, Renato. Tomei um ita no norte (memórias). São Paulo: R L Editores Ltda., 1981.

CONSORCIO. Nortista, Parnaíba, ano 1, n. 40, p. 4, 5 out. 1901.

CORONEL João Rosa. Nortista, Parnaíba, ano 1, n. 16, p. 3, 20 abr. 1901.

CORREIA, Benedicto Jonas; LIMA, Benedicto dos Santos (org.). Livro do centenário da Parnaíba (1844 – 1944). Parnaíba: Gráfica Americana, 1945.

EXAMES. Nortista, Parnaíba, ano 1, n. 49, p. 2, 7 dez. 1901.

HERIARTE, Maurício de. Descripção do Estado do Maranhão, Pará, Corupá e rio das Amazonas. Vienna D’Áustria: [s.n.], 1874.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Enciclopédia dos municípios brasileiros. v. 15 - Municípios do Estado do Maranhão e do Piauí. Rio de Janeiro, 1959.

INSTITUTO DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO E ARTÍSTICO NACIONAL. Cajuína do Piauí é mais novo Patrimônio Cultural Brasileiro. 2014. Disponível em: http://portal.iphan.gov.br/noticias/detalhes/286. Acesso em 16.06.2020.

MUNICIPIO da Parnahyba. Nortista, Parnaíba, ano 1, n. 6, p. 3-4, 9 fev. 1901.

PARNAHYBA, 24. O Aviso, Picos, ano 1, n. 4, p. 2, 30 dez. 1910.

PARNAHYBA. Diario do Piauhy, Teresina, ano 2, n. 250, p. 1-2, 14 nov. 1912.

PARNAHYBA. Diario do Piauhy, Teresina, ano 2, n. 253, p. 1-2, 20 nov. 1912.

PERDIGÃO, Domingos de Castro. O que se deve comer: adaptação do sistema de alimentação vegetariana para uso dos brasileiros. São Luís: J. Pires & Cia, 1918.

PIAUÍ (Estado). O Piauí no centenário de sua independência, 1823/1923. Teresina, 1923.

SALVADOR, Frei Vicente do. História do Brasil. v. 1 – Em que se trata do descobrimento do Brasil, costumes dos naturais, aves, peixes, animais e do mesmo Brasil. Bahia: [s.n.], 1627.

SOUSA, Gabriel Soares de. Tratado Descritivo do Brasil em 1587. Madri: Francisco Adolfo de Varnhagen, 1871.

UMA empreza util. Nortista, Parnaíba, ano 1, n. 11, p. 4, 16 mar. 1901.

VIEIRA, Antônio. Relação da Missão da Serra de Ibiapaba. Revista Trimensal do Instituto do Ceará, Fortaleza, ano 18, n.18, p.86-138, 1904.

Downloads

Published

2020-12-04

Issue

Vol. 9 No. 2 (2020): As Múltiplas facetas da alimentação na história

Section

ARTIGOS - DOSSIÊ

License

Autores que publicam nesta revista concordam com a cessão dos direitos autorais à Revista História e Cultura, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista. Dessa forma, a Revista História e Cultura pode difundir os artigos e trabalhos publicados, em formatos físicos e/ou eletrônicos, incluindo Internet.