DOS “CONFINS DO BRASIL” ÀS PASSARELAS: OS SERTÕES EM MODA

Autores

  • Marcelino Gomes dos Santos Universidade Federal do Rio Grande do Norte

DOI:

https://doi.org/10.18223/hiscult.v9i1.3154

Resumo

Este trabalho tem por objetivo discutir a historicidade do conceito sertão/sertões, bem como suas representações no espaço discursivo da moda brasileira, a partir da análise de uma coleção de vestuário lançada em 2017 pelo estilista Akihito Hira, no concurso Ceará Moda Contemporânea. Para tanto, buscamos identificar os signos que foram agenciados pelo artista para representar os sertões nas passarelas e discutir as construções imagéticas e discursivas que foram re(elaboradas) a partir de seu lançamento. Concebemos, nesse caminho, que a presença dos sertões no espaço discursivo da moda implica a sua recriação, isto é, o cerzir de novas representações, novas formas de vê-los e dizê-los, posto que a moda, antes de tudo, está ligada àquilo que é contemporâneo.

Biografia do Autor

Marcelino Gomes dos Santos, Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Mestrando em História no Centro de Ensino Superior do Seridó - CERES - da Universidade Federal do Rio Grande Norte.

Referências

ABREU, Regina. Sertões no plural. In: ____________. O enigma de Os Sertões. Rio de Janeiro: Funarte: Rocco, 1998, p. 160-205.

ALBUQUERQUE JÚNIOR, Durval Muniz de. A invenção do Nordeste e outras artes. 5. ed. São Paulo: Cortez, 2011, p. 51-77.

ALBUQUERQUE JÚNIOR, Durval Muniz de. Distante e/ou do instante: “sertões contemporâneos”, as antinomias de um enunciado. In: FREIRE, Alberto (Org.). Culturas dos Sertões. Salvador: EDUFBA, 2014. p. 41-57.

ALBUQUERQUE JÚNIOR, Durval. Nordestino: invenção do “falo” – uma história do gênero masculino (1920-1940). 2. ed. São Paulo: Intermeios, 2013.

ALBUQUERQUE JÚNIOR, Durval Muniz de. Vede sertão, verdes sertões: cinema, fotografia e literatura na construção de outras paisagens nordestinas. Fênix – Revista de Estudos Culturais, Uberlândia, v. 13, ano XIII, n. 1, p. 1-27, jan./jun. 2016.

AMADO, Janaína. Região, sertão, nação. Revista Estudos Históricos, Rio de Janeiro: CPDOC/FGV; Ed. FGV, v. 8, n. 15, p. 145-152, jan./jul. 1995.

ARRUDA, Gilmar. Cidades e sertões: o historiador entre a história e a memória. Projeto História, São Paulo, v.19, p. 121-43, nov. 1999.

AUGUSTO, Anderson (fotógrafo). O sertão existencialista de Akihito Hira. Disponível em: http://www.dfhouse.com.br/o-sertao-existencialista-de-akihito-hira/. Acesso em: 25 jan 2020.

ÁVILA, Arthur Lima de. Da História da Fronteira à História do Oeste: crise e fragmentação na Western History norte-americana no século XX. História Unisinos, v. 13, p. 84-95, 2009.

BERNUCCI, Leopoldo M. Um continente chamado América Latina. In: ____________. A imitação dos sentidos: prógonos, contemporâneos e epígonos de Euclides da Cunha. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 1995, p. 39-50.

BRAGA, João; PRADO, Luís André do. História da Moda no Brasil: das influêncais às autorreferencias. 1. ed. São Paulo: Pyxis Editorial, 2011.

CARDOSO, Eduardo Wright. Euclides da Cunha e a cor local: a pintura da história de Canudos. Anos 90, Porto Alegre, v. 25, n. 47, p. 279-304, jul. 2018.

COURTINE, Jean-Jacques. Decifrar o corpo: pensar com Foucault. Petrópolis, RJ: Vozes, 2013.

COUTO, Mia. Encontros e encantos – Guimarães Rosa. In: E se Obama fosse africano? Ensaios. São Paulo: Companhia das Letras, 2016.

CUNHA, Euclides da. Os sertões. São Paulo: Três, 1984.

HIRA, Akihito. Entrevista concedida via Skype (Rio de Janeiro – RJ/Caicó – RN, 2020). Entrevistador: Marcelino Gomes dos Santos. 1 gravação. Duração: 01h10min.

LIPOVETSKY, Gilles. Império do efêmero: a moda e seu destino nas sociedades modernas. Tradução por Maria Lúcia Machado. São Paulo: Companhia das Letras, 1989.

LURIE, Alison. A linguagem das roupas. Tradução de Ana Luíza Dantas Borges. Rio de Janeiro: Rocco, 1997.

MENESES, Ulpiano T. Bezerra de. A cultura material no estudo das sociedades antigas. Revista de História, São Paulo, n. 115, p.103-117, 1983.

MORAES, Antonio Carlos Robert. Sertão: um “outro” geográfico, Terra Brasilis, 4 - 5 | 2003. Disponível em: http://terrabrasilis.revues.org/341. Acesso em: 25 jan 2020.

MURARI, Luciana. Brasil, ficção geográfica: ciência e nacionalidade no país d’Os Sertões. São Paulo: Annablume, Belo Horizonte: Fapemig, 2007, p. 45-97.

NEVES, Erivaldo Fagundes. Sertão como recorte espacial e como imaginário cultural. Politeia, Vitória da Conquista, v. 3, n. 1, p. 153-162, 2003.

NUNES, Leandro José. Facundo - civilização e barbárie: uma leitura da sociedade argentina no século XIX. História e Perspectivas, Uberlândia (45), p. 83-104, jul./dez. 2011.

OLIVEIRA, Lúcia Lippi. A natureza na interpretação do oeste: sertão e fronteira no pensamento brasileiro. In: SILVA, Sandro Dutra e; SÁ, Dominichi Miranda de; SÁ, Magali Romero (Orgs.). Vastos sertões: história e natureza na ciência e na literatura. 1. ed. Rio de Janeiro: Mauad X, 2015, p. 21-40.

ROSA, João Guimarães. Grande Sertão: Veredas. Rio de Janeiro: Editora Nova Aguilar, 1994.

SANTOS, Rochelle; MULLER, Mara. Nara Leão: uma coleção de moda que faz recordar. In: BONADIO, Maria Claudia; MATTOS, Maria de Fátima da Silva Costa G. de. (Orgs.). História e Cultura de Moda. São Paulo: Estação das Letras e Cores, 2011.

SALGUEIRO, Eduardo de Melo. Fugindo do estigma: visões sobre Mato Grosso nas páginas da Série Realidade Brasileira e da revista Brasil-Oeste. ANOS 90 (ONLINE) (PORTO ALEGRE), v. 24, p. 269-300, 2017.

SOUZA, Candice Vidal e. A pátria geográfica: sertão e litoral no pensamento social brasileiro. 2.ed. Goiânia: Editora UFG, 2015, p. 135-158.

SOUZA, Candice Vidal e. Fronteira no pensamento social brasileiro: o sertão nacionalizado. Sociedade e cultura, Goiânia, v. 1, n. 1, p. 55-61, jan./jun. 1998.

Downloads

Publicado

2020-07-06