O sertão de Minas irrigado: modernização agrícola e mundo dos trabalhadores

Autores

  • Auricharme Cardoso de Moura Colégio Estadual Antônio Carlos Magalhães, Tanhaçu/BA

DOI:

https://doi.org/10.18223/hiscult.v9i1.3133

Resumo

Na segunda metade do século XX, o norte de Minas Gerais era apresentado pelo discurso hegemônico como “sertão”, o que era visto como sinônimo de atraso, inferioridade e isolamento. Seus habitantes, os sertanejos, foram representados como ignorantes, subdesenvolvidos, miseráveis e arcaicos. Para superar este panorama, a elite defendia que a criação de perímetros irrigados era a mola propulsora do progresso, do desenvolvimento e da modernidade. Os diversos documentos elencados (narrativas orais, jornais, relatórios produzidos por órgãos públicos, decretos judiciais e endereços eletrônicos) possibilitaram compreender memórias forjadas dialeticamente dentro do movimento histórico envolvendo trabalhadores, agências governamentais e empresários rurais.

Biografia do Autor

Auricharme Cardoso de Moura, Colégio Estadual Antônio Carlos Magalhães, Tanhaçu/BA

Doutor em História pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU).

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Entrevistas

Juvência Fernandes de Souza

Maria Aparecida Neves Souza

Paulo José de Souza

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Publicado

2020-07-06