Ensaios de História

História e Historiografia dos governos militares brasileiros (1964-1985)

Profa. Dra. Márcia Pereira da Silva — 2025-01-25

O objetivo do presente texto é abordar a historiografia dos governos militares brasileiros, com ênfase à produção nacional, privilegiando o século XX. Trata-se de fornecer subsídios para os estudos daqueles interessados na temática embora seja impossível, obviamente, abarcar a totalidade das publicações sobre o assunto.

CHANACOMCHANA TAMBÉM É BACANA

Gabriela Polido Garcia — 2025-01-25

Este artigo buscou analisar a trajetória do movimento lésbico brasileiro durante os anos finais da Ditadura Militar, representado pelo Grupo de Ação Lésbica Feminista (GALF) e pelo boletim Chanacomchana. Para isso, o trabalho contou com quatro eixos principais: 1) O “racha” do SOMOS e o surgimento do GALF; 2) Chanacomchana e a politização das lésbicas; 3) o feminismo e as lésbicas; e 4) A repressão. A análise foi baseada em uma revisão bibliográfica e de documentos já produzidos sobre o assunto.

A repressão da ditadura civil-militar às universidades brasileiras

Lucas Barroso — 2025-01-25

O presente artigo examina o impacto repressivo do regime ditatorial (1964-1985) na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), focando nas vidas de três professores cassados: Josué Apolônio de Castro (1908-1973), Maria Laura Mouzinho Leite Lopes (1917-2013) e Wanderley Guilherme dos Santos (1935-2019). Contextualizando o ambiente universitário como alvo central da repressão, o estudo revela como a “Operação Limpeza” e o Ato Institucional nº 5 (AI-5) intensificaram perseguições, demissões e exílios. Utilizando uma metodologia qualitativa e micro-histórica, a pesquisa demonstra que, apesar das adversidades impostas pelo regime ditatorial, esses professores mantiveram seu compromisso com a ciência e a educação brasileiras, contribuindo de forma significativa para suas respectivas áreas de atuação. A conclusão ressalta a importância de preservar suas memórias como símbolo de resistência intelectual e de luta por justiça e democracia, sublinhando a relevância de refletir sobre os impactos da ditadura nas universidades brasileiras para promover um futuro mais inclusivo e democrático.

ESTUDANTES TERRORISTAS, UMA CONSTRUÇÃO DA DITADURA CIVIL – MILITAR BRASILEIRA DE 1964

Alison Trevisani Flausino — 2025-01-25

Resumo: Este artigo analisa a Ditadura Civil - Militar de 1964, com foco nas lutas do movimento estudantil e nas narrativas militares. Utiliza a fonte iconográfica da “Palestra de Antônio Carlos da Silva Muricy sobre Estudantes e Terrorismo”, para identificar estudantes "subversivos". A metodologia da Palestra contou com quadros e questionários respondido por 44 estudantes, aliciados pelo regime. O evento foi registrado no formato de iconografia. Um estudo pragmático foi realizado para avaliar a influência de ideologias no ensino superior em meio ao governo militar, sendo o precursor deste plano o General Antônio Carlos da Silva Muricy. A palestra abordou doutrinas de nacionalismo e anticomunismo, juntamente com medidas repressivas. Este estudante foi “idealizado” por emissores do golpe para serem combatidos. A Pesquisa analisa o discurso militar sobre estudantes na década de 70, que legitimou a perseguição e controle social, influenciando a sociedade com regime autoritário pós-golpe de 1964. O objetivo deste trabalho acadêmico é instigar reflexões sobre a formulação desta ideologia autoritária que criminaliza e rotula estudantes como “terroristas”.

HISTÓRIA E MEMÓRIA DA DITADURA MILITAR BRASILEIRA

Priscila Aparecida Martins — 2025-01-25

O ano de 1964 marcou o início de um período significativo na história do Brasil, que durou vinte e um anos e se caracterizou como um momento repleto de perseguições, torturas e mortes. No entanto, as percepções atuais sobre essa época pela população brasileira estão longe de alcançar unidade no reconhecimento dos danos causados pelo governo ditatorial. Há, inclusive, uma parcela considerável de pessoas que defende abertamente a tortura ou nega sua existência e reivindica o retorno de um governo militarizado. Trata-se de um contexto em que os registros históricos sobre o tema são desconsiderados por grande parte da população e a memória idealizada de um momento em que supostamente prevaleciam a ordem e o progresso ganha cada vez mais espaço. Partindo dessas ponderações, o presente texto tem o intuito de retomar historicamente o período da ditadura civil-militar brasileira, assinalando a importância da produção contínua desse tipo de estudo a fim de contribuir com as reflexões pertinentes ao tema, através da apresentação de uma revisão bibliográfica embasada em pesquisas de historiadores e outros estudiosos sobre o assunto.

DITADURA MILITAR: ABERTURA POLÍTICA, ANISTIA E DISCURSOS DO GENERAL FIGUEIREDO

Thalita Borges — 2025-01-25

A Ditadura Militar no Brasil, que se estendeu de 1964 a 1985, marcou profundamente a sociedade brasileira por meio de práticas de censura, tortura, prisões arbitrárias e intensa repressão política, sendo esses os aspectos mais emblemáticos do período. O presente artigo aborda a trajetória desde o início do golpe militar até o processo de abertura política, destacando a anistia e a comissão mista como marcos iniciais dessa transição. Em particular, analisa como os discursos do general João Baptista de Oliveira Figueiredo, último presidente do regime militar, influenciaram o processo de abertura política no Brasil.

Entre o Fluxo e a ordem:

Luanne Alvarenga — 2025-01-25

Resumo: O baile funk é uma festa periférica que acontece em diversas ruas e vielas. Sua origem se dá no bairro de Cidade Tiradentes-SP, conjunto habitacional idealizado pelo Banco Nacional de Habitação durante a ditadura militar (1964-1985). O presente texto, resulta da pesquisa “É FLUXO DE FAVELA”: os bailes Funk da COHAB Cidade Tiradentes em contraposição ao ordenamento urbano do período dos governos militares”, que através da metodologia de análise do discurso, tem como objetivo averiguar os rumos habitacionais do período de construção do bairro, bem como a ideologia do Estado no que diz respeito ao ordenamento das urbes e de seus habitantes, para assim compreender como os bailes se contrapõem a ele.

SHARPE, Christina. No vestígio: negridade e existência. São Paulo: Ubu editora, 2023. 264 p.

Rubens Arley de Almeida Junior — 2025-01-25

ESCRAVIZADOS ANTIGOS, DISCURSOS CONTEMPORÂNEOS:

Heloisa Motelewski — 2025-01-25

Desde o prisma dos Estudos de Recepção, articulados com as investigações sobre História e Cinema, este artigo se propõe a estudar os meios pelos quais a escravidão romana é recuperada na contemporaneidade italiana em discursos sobre raça e gênero. Para tal, utilizamos o filme Gli ultimi giorni di Pompei como documento histórico de análise, uma produção da Società Anonima Ambrosio de 1913. Por esse modo, verificamos como a cultura material pompeiana, a literatura inglesa do século XIX e as pinturas pompeianistas são evocadas em sua criação visual de modo a formatar esses discursos
a partir de recepções da Antiguidade romana. Dessa maneira, concluímos como essa recuperação do passado antigo de escravidão serviu à fundamentação de narrativas racialistas e nacionalistas italianas ao começo do século passado - narrativas as quais se expressavam nas telas de seus cinemas.

O NOVO ENSINO MÉDIO, A BNCC E O ENSINO DE HISTÓRIA:

Matheus do Nascimento de Paula — 2025-01-25

O presente artigo busca em sua essência analisar a política educacional do novo ensino médio, o retrospecto que fez com que tal medida fosse aprovada e os conteúdos que determinam o ensino de história na rede pública, alertando para a concepção de educação que está posta nas diretrizes curriculares e as consequências para os estudantes que se formam no contexto do Novo Ensino Médio (NEM). A partir de documentos como a Base Nacional Comum Curricular, e obras de autores da área da educação brasileira, este artigo busca analisar criticamente os fatores que marcam a implementação da política do NEM na área da educação, e principalmente como tais políticas estão alinhadas à concepção de educação que contraria os preceitos de formação de cidadãos e se alinham cada vez mais com a ideia de formação técnica para o mundo do trabalho. Tal artigo, desta forma, visa contribuir para uma compreensão mais profunda dos impactos das recentes reformas educacionais, destacando as possíveis lacunas e limitações que essas políticas impõem ao ensino de história. Ao questionar a ênfase predominante na formação técnica em detrimento de uma educação mais abrangente e crítica, este estudo pretende fomentar um debate sobre a necessidade de uma formação que vá além da preparação para o mercado de trabalho, promovendo o desenvolvimento de sujeitos históricos e cidadãos conscientes.

A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO NO BRASIL: UMA ANÁLISE DO ENSINO DA SOCIOLOGIA

Fernanda Rocha Macedo — 2025-01-25

A história do ensino da Sociologia no Brasil é marcada por períodos de inclusão e exclusão, refletindo tensões políticas e ideológicas ao longo do século XX. Introduzida em 1891 e consolidada na Era Vargas em 1931, a disciplina enfrentou diversas interrupções, especialmente durante governos autoritários, como no Estado Novo e na Ditadura Militar, que a retiraram dos currículos devido ao seu caráter crítico. Após o fim da Ditadura Militar em 1985, a Sociologia foi gradualmente reintegrada nas escolas, sendo oficialmente reintroduzida como obrigatória no ensino médio em 2008. Compreender essa trajetória é essencial para os professores de Sociologia, pois contextualiza o papel da disciplina na formação dos estudantes, promovendo uma educação crítica, cidadã e participativa, voltada para a análise de problemas sociais contemporâneos.

Palavras-chave: História da Educação, Ensino de Sociologia, Docência.

O uso das plantas do Brasil a partir dos relatos de Luís Gomes Ferreira contidos no Erário Mineral (1735)

Laura Pereira Teixeira Luiz — 2025-01-25

O estudo em questão aborda o manual médico Erário Mineral (1735), escrito pelo cirurgião português licenciado Luís Gomes Ferreira, que retrata o cenário nosológico de Minas Gerais do século XVIII. É com esse manual que é discutido, de maneira geral, o contexto histórico em que Ferreira atuou, as particularidades da conjuntura local, os desafios e oportunidades que ele encontrou aqui. Outrossim, a partir de uma minuciosa investigação de seus relatos, sobresserão identificados e debatidos: as enfermidades que eram amiudadamente diagnosticadas por ele, quais os tratamentos recomendados, qual era a população mais atingida por essas mazelas, e por fim, quais plantas e ervas foram mobilizadas por Luís Gomes Ferreira no tratamento da população mineira.

Apresentação

Julia Martelini — 2025-01-25